quarta-feira, 6 de junho de 2007

Cinza


Sou feita de cinza...
Virei cinzeiro...
Apagam em mim,
todos os sentimentos,
todos os tormentos,
todos os momentos,
todos os sorrisos,
todos os pedidos,
todos os medos,
todos os segredos...

Sou cinza... Sou pó...
Sou pó do chão
no qual me sento,
no qual me deito...
Faço do chão meu leito,
leito de minhas lágrimas,
saudades e palavras...

Sou cinza... Só cinza...
De cinza que sabem vocês?
Cinza doce,
por vezes suave
por vezes quente...
É indiferente...
Cinzenta...
Calma...
Pálida...
Leve...

Porque me veêm
como pó do chão?!
Peço perdão,
por sair do teu cigarro...
Mas sentir,
que parte de mim
te toca, te sente...
Porque é a mim
que tens sempre presente...
Porque sou eu,
a tocar teus lábios...
Porque sou eu,
que te prejudica,
acima de tudo...

Desculpa,
por te fazer mal...
Mas não é voluntario...
Desculpa,
mas és tu que o fazes,
cada vez que acendes
o teu cigarro....


(Ás vezes, queria ser cinza... Mas lamento, não sou...)

Sem comentários: