Estavam quase imóveis, num daqueles parques em que habita um casal em cada canto, sentados directamente no chão sem a preocupação dos olhares que os poderiam envolver. Ouviam-se risos e pássaros que esvoaçavam algures por ali.
Não importava.
Ali, apenas eles existiam um para o outro, abraçados entre esculturas de coisa nenhuma, formas abstractas. Conheciam de cor cada curva do corpo pelo que dele viam quando os olhos estavam fechados. As cores inexistentes eram apenas a preto e branco, sem sombras nem cizentos. O óbvio era inexplicável e o impossível provável. Nada funciona de maneira corriqueira quando se ama...
Os lábios exploravam os pescoços, as mãos o corpo. Os gritos silenciados não superavam o som de um suspiro. O som não existia, a luz não brilhava, o sol não aquecia, o frio não gelava...
Foi tarde... uma tarde... só mais uma...
Obrigado pela maneira como me deixas...
2 comentários:
Pelo menos dá para notar que a vida anda a correr bem por esses lados...
Ainda bem !!!
bj
Shakti, verdadinha =)
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